“Isopor” compostável é desenvolvido por duas mulheres

“Isopor” compostável é desenvolvido por duas mulheres

Uma versão bioplástica do poliestireno expandido (EPS) foi criada pela dupla de designers Charlotte Böhning e Mary Lempres nos Estados Unidos. A solução é feita a partir do exoesqueleto da larva do Tenebrio molitor, mais conhecida como larva-da-farinha.


O inseto já é usado na produção de ração de animais e, em 2021, foi aprovado na União Europeia como alimento humano. Agora, aplicá-lo no desenvolvimento do novo material faz com que o plástico possa se decompor no solo em algumas semanas.


Batizado de chitofoam, o “isopor” compostável é resistente à água e pode ser moldado em diversos formatos e embalagens. Exemplos disso, é seu uso na fabricação de copos ou imitando espuma de isopor para embalar produtos frágeis.

Ao contrário do poliestireno, que é à base de petróleo, o chitofoam é derivado de um biopolímero chamado quitina. Na natureza, a quitina é o segundo polímero orgânico mais abundante, ficando atrás apenas da celulose. Tal substância é usada pelas larvas para construir seu exoesqueleto forte e flexível.


“Estamos no processo de impulsionar ainda mais nossa substituição, reimaginando as embalagens e projetando formas mais eficientes e estruturadas para preservar e proteger os produtos”, afirmam as idealizadoras.


O desenvolvimento do novo material tem como base uma pesquisa da Universidade de Stanford, de 2015, que identificou o grande potencial da larva-da-farinha em biodegradar o poliestireno expandido. Descobriu-se que 100 larvas podiam comer 40 miligramas de isopor por dia sem nenhum impacto em sua saúde ou “comestibilidade”.


Criar um substituto mais ecológico ao isopor comum reduziria um grande problema de poluição que tal produto gera e sua baixa taxa de reciclagem. O isopor não se biodegrada e, em vez disso, apenas se fratura em pedaços cada vez menores, chamados de “microplásticos”.


Durante o desenvolvimento do projeto, as designers entenderam que só os norte-americanos jogam fora cerca de 25 bilhões de copos de isopor por ano. Se cada copo pode levar até meio milênio para se degradar imagine o impacto ambiental a longo prazo.


Outra questão que elas ressaltam é que a reciclagem do isopor é possível, mas raramente praticada devido ao processo ser caro, difícil e sem um mercado real.


O isopor compostável chitofoam está entre os finalistas do Lexus Design Awards 2022, uma premiação voltada para design e inovação. Neste momento, as designers receberam financiamento e acesso a mentores globais para desenvolver o projeto e concretizar o design.


Fonte: https://ciclovivo.com.br/arq-urb/design/isopor-compostavel-e-desenvolvido-por-duas-mulheres/

23/03/2022

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