Minigerador eólico extrai energia de brisas superleves

Minigerador eólico extrai energia de brisas superleves
Cientistas chineses desenvolveram uma miniturbina eólica capaz de extrair energia da brisa que uma pessoa produz enquanto caminha. O dispositivo, batizado como B-TENG, promete revolucionar a geração de energia sustentável a partir do vento. Imagine esfregar um balão no cabelo por alguns segundos. Você consegue ouvir o estalo da eletricidade estática e sente seu cabelo “arrepiar”? De acordo com os pesquisadores que trabalham no novo dispositivo, essa energia, quando alimentada pelo contato e a separação das duas fitas plásticas, pode ser coletada e armazenada para uso humano. A energia eólica é uma das fontes de energia mais econômicas disponíveis hoje. Diversas técnicas já foram desenvolvidas para captar energia do vento. Entretanto, fazer uso da velocidade de vibração mais baixa mantendo a alta conversão de ar em energia continua sendo um desafio. Com a miniturbina, os cientistas esperam que seja possível gerar energia sustentável de maneira eficiente e com baixo custo, a partir de hábitos do cotidiano das pessoas. Segundo o autor principal do estudo, Dr. Ya Yang, do Instituto de Nanoenergia e Nanossistemas de Pequim, o objetivo do projeto é resolver problemas que turbinas eólicas tradicionais não conseguiram solucionar. Como funciona o minigerador eólico O minigerador é composto por duas fitas de plástico, dentro de um tubo, que vibram ou batem uma na outra na presença de um fluxo de ar, dispensando o uso de baterias. Esse fluxo de ar pode ser obtido com um simples sopro – e até mesmo a partir do movimento do braço de uma pessoa durante uma caminhada. De acordo com os pesquisadores, uma brisa suave de 1,6 metros por segundo é suficiente para alimentar o dispositivo. No entanto, ele funciona melhor em uma velocidade que garanta que as duas tiras de plástico vibrem em sincronia, quando a velocidade do vento está entre 4 e 8 metros por segundo. A miniturbina é uma ferramenta simples e confiável para geração de energia. A aplicação do método pode ser útil para alimentar sensores remotos, câmeras de segurança ou até mesmo uma estação meteorológica. O projeto não tem a ambição de substituir grandes geradores, mas os pesquisadores acreditam que seja possível, com esse tipo de captação de energia, fornecer eletricidade a lugares que as turbinas eólicas tradicionais não alcançam. Projeções para o futuro Até agora, o dispositivo foi capaz de ligar 100 luzes LED e sensores de temperatura. Ele também tem uma eficiência de conversão de vento em energia de 3,23%. O estudo ainda revela que a frequência da oscilação varia com a velocidade do vento exercida no dispositivo. Enquanto isso, seus fabricantes estão sonhando alto. Eles esperam, no futuro, combinar o minigerador com pequenos dispositivos eletrônicos, como telefones, para fornecer energia elétrica sustentável e, eventualmente, tornar o dispositivo competitivo diante das turbinas eólicas tradicionais, cujo funcionamento depende de altas velocidades do vento. A vantagem do B-TENG é que, ao contrário das turbinas eólicas que usam bobinas e ímãs, cujos custos são fixos, ele pode utilizar materiais de baixo custo. Além disso, como não possui estruturas rotativas, o dispositivo também pode ser aplicado com segurança em reservas naturais ou cidades. As próximas etapas incluem a criação de duas versões para o dispositivo: uma pequena e outra grande. No passado, Yang e seus colegas projetaram um nanogerador do tamanho de uma moeda, mas a ideia é construir uma versão ainda mais compacta, com maior eficiência. Para tornar o B-TENG competitivo diante das turbinas eólicas tradicionais, os pesquisadores esperam expandir a potência do dispositivo para 1.000 watts. A princípio, a ideia é implantá-lo em locais onde as turbinas eólicas tradicionais não chegam, como montanhas e topo de edifícios, para obter energia sustentável. Fonte: Portal ECycle

01/10/2020

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