O primeiro plástico "infinito" do mundo

O primeiro plástico "infinito" do mundo

Existe um material feito pelo homem que você pode encontrar na terra, no ar e nas profundezas do oceano. É tão durável que a maior parte do que foi criado ainda está presente em nosso ecossistema.


Uma vez na cadeia alimentar, ele permeia nossos corpos, fluindo do nosso sangue para nossos órgãos, chegando até mesmo à placenta humana. Estamos falando do plástico, e essa durabilidade é também o que faz dele um material tão útil. Cabos que se estendem pelo fundo do oceano, tubulações de água subterrâneas e


Apenas 16% dos resíduos plásticos são reciclados para fazer novos plásticos, enquanto 40% são enviados para aterros sanitários, 25% para incineração e 19% são descartados no meio ambiente. Grande parte do plástico que poderia ser reciclado - como o PET (polietileno tereftalato), usado em garrafas de refrigerante e outras embalagens - vai parar em aterros sanitários. Muitas vezes, isso se deve à confusão sobre o que pode ou não ser reciclado e à contaminação com alimentos ou outros tipos de resíduos.

O processo conhecido como reciclagem química, tem sido explorado como uma alternativa viável à reciclagem convencional por décadas. Ele permite que qualquer resíduo plástico seja reciclado. Até agora, o obstáculo tem sido a grande quantidade de energia necessária. Até agora, o obstáculo tem sido a grande quantidade de energia necessária. Isso, combinado ao preço volátil do petróleo bruto, às vezes torna mais barato produzir novos produtos de plástico do que reciclar o plástico existente. Todos os anos, mais de 380 milhões de toneladas de plástico são produzidas em todo o mundo.

A reciclagem química é uma tentativa de reciclar o que não é reciclável. Em vez de um sistema em que alguns plásticos são rejeitados porque são da cor errada ou feitos de compósitos, a reciclagem química poderia permitir que todos os tipos de plástico alimentem um sistema de reciclagem "infinito", que transforma os plásticos de volta em óleo, para que possam ser usados na fabricação de plástico novamente. A forma como o plástico é reciclado atualmente é mais uma espiral descendente do que um loop infinito.


Quando o plástico é derretido, as cadeias poliméricas são parcialmente quebradas, diminuindo sua resistência à tração e viscosidade, tornando-o mais difícil de processar. O plástico reciclado, de qualidade inferior, muitas vezes se torna inadequado para uso em embalagens de alimentos, e a maioria dos plásticos pode ser reciclada um número bastante limitado de vezes antes de se degradar a ponto de se tornar inutilizável. A indústria emergente de reciclagem química tem como objetivo evitar esse problema, fragmentando o plástico em seus blocos de construção químicos, que podem então ser usados como combustíveis ou para fabricar novos plásticos.


A versão mais versátil da reciclagem química é a “reciclagem da matéria prima”, também conhecida como conversão térmica, a reciclagem da matéria- prima é qualquer processo que quebre os polímeros em moléculas mais simples.


O plástico que antes compunha uma garrafa pode ser levado para um centro de pirólise, onde é derretido. Na sequência é colocado em um reator de pirólise, onde é aquecido a temperaturas extremas. O resultado desse processo é um líquido condensado que pode ser utilizado para muitos fins.


Essas técnicas de reciclagem químicas estão sendo testadas em todo o mundo. Empresas já desenvolveram máquinas de pirólise que transforma plásticos difíceis de reciclar, como filmes, sacolas e laminados, em Paxx (um tipo de óleo). 


Esse processo de reciclagem conta com uma taxa de conversão de mais de 99%, quase todo o plástico se transforma em um produto útil. Mas ainda sim, nos últimos 30 anos, a reciclagem química revelou sérias limitações. Consome muita energia e tem enfrentado desafios técnicos de expandir para níveis industriais.


Essas tecnologias estão em uma fase inicial e não são de forma alguma a solução mágica para o problema dos resíduos plásticos. Devemos nos concentrar em aumentar a eficiência dos recursos como uma forma de minimizar o desperdício por meio de uma maior reutilização.


Mesmo com a capacidade de “desfazer” todos os tipos de plásticos para que possam ser reutilizados novamente, é improvável que todos os problemas relativos à poluição por plásticos desapareçam.

Enquanto continuar parando em aterros sanitários e no meio ambiente o plástico seguirá cumprindo a sua missão para o qual foi criado: durar.


Fonte: https://www.bbc.com/future/

24/06/2021

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